quarta-feira, 25 de maio de 2011

Lavando a roupa suja: Elmano Férrer e Ribamar Torres rebatem as acusações de W. Bonfim, revelando as mazelas que eles praticaram juntos

O prefeito Elmano Férrer (PTB) e o secretário municipal de Educação, José Ribamar Torres, asseguraram ontem que não existe desmonte na educação gerida pela Prefeitura de Teresina. Elmano lembra que foram climatizadas 82 das 302 escolas da rede pública municipal de Teresina e, para isso, foi preciso instalar forro nas unidades escolares para a implantação dos aparelhos de ar-condicionado, que dá qualidade de vida, conforto e maior concentração aos alunos e professores em uma cidade de altas temperaturas com Teresina. Elmano falou que foram feitas reformas em 40 escolas. “Eu nunca tinha ouvido falar que a educação de Teresina está sendo desmontada. Pelo contrário, a educação de Teresina é uma referência. Para comandar a educação de Teresina, eu chamei um doutor, também da universidade, um grande especialista em educação”, declarou Elmano.
Ele afirmou que quando assumiu a Prefeitura de Teresina foi obrigado a afastar 1.700 servidores terceirizados porque foram contratados sem concurso e o Ministério Público do Trabalho (MPT) fez Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o ex-prefeito Sílvio Mendes (PSDB) para afastá-los. Ele lembra que apenas para os 1.700 servidores terceirizados, a Prefeitura de Teresina teve que pagar R$ 5,2 milhões e foi descoberto que ainda existem mais servidores terceirizados contratados por duas fundações, o que vai aumentar mais ainda o valor das indenizações. “Será por isso que estão falando em desmonte da educação? Não pode ser porque foi o Ministério Público do Trabalho que determinou porque considerou que as contratações foram feitas de foram irregular”, declarou Elmano.
O secretário José Ribamar Torres afirmou que a atual administração encontrou professores leigos e estagiários terceirizados ministrando aulas nas escolas públicas municipais. Ele afirmou que os professores leigos, estagiários e terceirizados encontrados quando assumiu a Secretaria Municipal de Educação representavam 40% do pessoal efetivo da instituição. Ele lembra que as escolas estavam funcionando com estagiários, que não podem ser professores, mas auxiliares dos professores porque ainda não têm a formação completa. “Estagiários e terceirizados estavam atuando nas atividades fins da educação, o que não é regular”, disse.
“Concursados não eram chamados”, diz José Ribamar
O secretário municipal de Educação, José Ribamar Torres, afirmou que a atual gestão manteve os programas de qualidade e os ampliou como os convênios de qualificação de professores assinados com as universidades de Nova York (EUA), Lisboa (Portugal) e Japão. Ele lembra que a Secretaria Municipal de Educação chamou professores concursados em 2009. Foram convocados 190 no ano passado e 161 neste ano. “Os professores concursados não eram chamados”, diz.
Torres afirmou que quando assumiu encontrou escolas públicas municipais sem refeitórios, sem bibliotecas e salas de repouso para professores nos colégios que têm o contraturno. “Encontramos escolas sem cadeiras”, falou o professor José Ribamar Torres. Acrescentou que 20 escolas da rede municipal de Teresina estavam com notas do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) abaixo da média recomendada pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura).
O secretário José Ribamar Torres afirmou que não basta as escolas da rede municipal de Teresina obterem uma nota média boa porque é importante e necessário que todas as escolas tenham notas boas. “Administrar pela média é fácil porque se concentra melhorias em algumas escolas para que tenham notas boas, garantam uma média boa e outras escolas continuam com notas baixas. 100% das escolas têm que ser boas e não apenas uma parte. Nós queremos que o ensino de qualidade seja desenvolvido em 100% das escolas públicas municipais de Teresina”, falou José Ribamar Torres. (E.R.)

terça-feira, 24 de maio de 2011

PTB/PSDB começam a mostrar a sujeira que eles esconderam debaixo do tapete: Ribamar Torres reage e responde as críticas de Washington Bonfim

Ex-secretário de Educação disse que o atual gestor deixa as obrigações
para tratar assuntos pessoais.
O atual secretário municipal de Educação, Ribamar Torres, reagiu às críticas feitas por Washington Bonfim em um artigo publicado em jornal de Teresina. Para o gestor, as conquistas atribuídas ao sistema público da capital não tem um único pai.
“Não vou usar esse espaço para fazer defesa. Quero prestar esclarecimentos a população, que é a quem devo prestar contas. O resultado do IDEB é uma média. Algumas escolas tem resultados destoantes”, informou titular da pasta de educação no município.
Secretário da mesma repartição nas gestões de Sílvio Mendes, Washington Bonfim escreveu um artigo onde dizia que, em sua época, a Semec era premiada e reconhecida. O tucano ainda criticou e disse que o atual gestor esquece as obrigações para se dedicar a assuntos pessoais.
“Ele não pode prever o resultado do IDEB. Estamos a apenas um ano a frente da Secretaria. Todos os índices indicam que teremos um crescimento esse ano. Todos os projetos de sucesso da Semec estão sendo continuados e estamos propondo outros”, disse Ribamar Torres.
O gestor informou ainda que prestou consultoria por quase 10 anos, durante as gestões do PSDB. Ele assumiu ainda que elaborou o plano de capacitação de professores, diretores e pedagogos e que deu aula em pós graduação para esse público.
“Também participei dessas conquistas anteriores. Esse ano, trabalhamos a educação infantil como prioridade. Esse setor em Teresina está entre as 3 piores do país. Mesmo assim, acredito que quem faz o resultado são aqueles que estão nas escolas”, defendeu.
Na oportunidade, o secretário afirmou que a prefeitura possui um plano de recomposição salarial para os professores, além de ter retomado o pagamento de todas as progressos de carreira que estavam atrasadas.
“Há uma indicação positiva para recompor as perdas de 13 anos. Os salários estão achatados. Progressões estavam paradas desde 2005. Também vamos realizar seleção para professor substituto”, disse Ribamar Torres.

Artigo de Washington Bonfim: 'A educação em Teresina'

Com certeza você acompanhou as reportagens do JNnoar da semana que acaba. Foram visitadas 5 cidades, em cada uma das regiões, entre elas, Fortaleza, Goiânia e Belém. O foco destas visitas era, mostrar o melhor e o pior das redes públicas de cada Estado/região visitada, a partir do IDEB das escolas do município em que chegava a reportagem.
Minha pergunta é: até quando o silêncio da imprensa sobre o que está acontecendo na educação municipal de Teresina? Depois de mais uma década de enorme esforço para organizar uma rede orientada para gerar o sucesso escolar dos alunos, tudo está sendo desfeito aos olhos de todos, sem qualquer reação, indignação ou movimentação que, pelo menos, levante o debate sobre o que se quer realmente para o futuro da cidade.
Neste exato momento, por inação, as escolas municipais não possuem direção escolar constituída legalmente, portanto, seus Conselhos Escolares, que gerem os recursos da escola, estão acéfalos e, mesmo que haja dinheiro, não pode ser investido na escola, no que lhe cabe: material didático, material de apoio ao professor, merenda, limpeza e pequenos serviços. O pleito deveria ter sido realizado em novembro de 2010. Estamos no final de 2011, a Câmara já convocou o secretário, ele deu “explicações” e, mesmo assim, nada acontece.
Nenhuma das capitais visitadas tem IDEB melhor que o de Teresina, que cresceu progressivamente, de 2005 a 2009. Nenhuma escola da nossa capital tem IDEB menor que três e, na primeira fase, tivemos nota 5,2 na média, com várias escolas acima de 6,0 que é o objetivo do MEC para o país em 2002. Com esforço, motivação e, principalmente, liderança e compromisso com educação, se poderia chegar à média 6,0 em Teresina agora em 2011, uma década antes do país.
Mas, se as escolas não têm diretores constituídos; o secretário não se apresenta ao trabalho, proferindo priorizar seus negócios particulares; se equipe de professores gestores constituída ao longo da última década foi dispensada e submetida a humilhações, por acreditar no trabalho que realizava; e finalmente, se a visão é de que o trabalho feito e reconhecido pelo MEC e os outros organismos estava inteiramente errado, será possível esperar melhora nos índices?
A conta, meu caro, não é paga por Washington Bonfim, Kleber Montezuma, Firmino Filho, Silvio Mendes ou quem mais se ache que se está atingindo com o descaso. Mas, está e será, novamente paga por crianças e famílias pobres de nosso, que aprenderam dos muitos erros, havia da parte da Prefeitura Municipal de Teresina, um compromisso concreto, diário e genuíno com a educação de nossas crianças.
O prefeito Elmano Férrer está jogando fora a maior oportunidade que um político já teve no Piauí, de entrar pela porta da frente da história, elevando o nome da capital mais pobre do país, com uma educação básica avaliada como digna das melhores do país e do mundo ocidental. Preferiu o caminho de olhar o lado e ver no horizonte, concreto, avenidas e carro, invés de gente, gente humilde, que se canta todos os dias no hino desta cidade.
Ainda há tempo de consertar? Sinceramente, não sei! Mas, se não se começar de imediato, teremos de nos defrontar mais uma vez, com o vexame de estar entre os últimos, depois de jogar fora o trabalho de estar entre os primeiros.
* Washington Bonfim é professor da UFPI, foi secretário municipal de Educação de Teresina e presidente da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), no Piauí.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Apesar de essenciais, professores brasileiros são desprestigiados

(...) Da pré-escola ao ensino superior, são hoje 2,3 milhões no país. É uma profissão essencial. E, mesmo assim, uma das mais desprestigiadas.

Na sala de aula, muitos querem fazer administração e quase metade, direito. Quem quer ser professor? Apenas um, dois.

“Eu não vejo futuro, eu acho que é uma carreira que não me satisfaria financeiramente também”, contou a aluna Luana Gallo, de 17 anos.

“Ser professor hoje no Brasil, infelizmente, não compensa”, disse Gustavo Lovatto, de 17 anos.

O desinteresse pela profissão é mais do que um sintoma de crise. É uma ameaça ao futuro. “É uma pena porque o professor é tudo em um país”, destacou um deles.

“Só existem as outras profissões porque existe o professor”, lembrou uma professora.

Nas faculdades de pedagogia e nas que formam professores da educação básica, os números confirmam o desprestígio.

Em quatro anos, caiu pela metade a quantidade de formandos. Houve redução também nos cursos de licenciatura, que formam professores de disciplinas específicas.

Quem é esse aluno que no futuro deseja trocar de posição na sala de aula? Uma pesquisa mostra que quase metade dos estudantes de pedagogia veio de famílias de baixa renda e a mãe só fez até a quarta série. E 80% estudaram em escolas públicas.

“Enquanto você não conseguir trazer o jovem motivado e bem qualificado para a carreira de professor, você não consegue fazer um salto na educação”, afirmou a diretora do Instituto Paulo Montenegro, Ana Lucia Lima.

Para que os alunos de fato aprendam, é fundamental que, além de dominar o conteúdo, o professor saiba como ensinar. Parece óbvio, mas em muitos casos, falta esse preparo. Em um mundo onde os alunos têm cada vez mais acesso à informação, é preciso inovar para tornar as aulas mais atraentes

Muitas vezes, ideias simples bastam para chamar a atenção. Investir em qualificação de quem já está no mercado tem sido uma preocupação em vários estados, uma oportunidade que nem todos conseguem aproveitar.

“Eu sei que o estado oferece, mas eu não tenho tempo. Eu ensino em duas escolas particulares e em uma escola da rede municipal e mais essa escola que é da rede estadual. De manhã, de tarde e à noite”, disse a professora de ciências e biologia Daniella Barbosa.

É a rotina de muitos professores para driblar os baixos salários. No Brasil, a lei fixa um salário inicial de R$ 1.187 para 40 horas de trabalho por semana. Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, a remuneração é bem menor. Na prática, em todo o país, muitos professores recebem menos do que o piso.

O Ministro da Educação, Fernando Haddad, diz que há R$ 10 bilhões por ano para reestruturar a carreira dos professores. “O professor ganha no Brasil, em média, 60% do que ganham os demais profissionais de nível superior. Uma das metas do Plano Nacional de Educação é superar essa distância”.

Plano que o Brasil traçou para alcançar em 2020. Formado na Universidade de São Paulo, uma das mais prestigiadas do país, o professor de filosofia Eduardo Amaral ganha R$ 1.100 por mês. Tem 650 alunos em 23 turmas.

“Você não tem tempo de corrigir adequadamente os trabalhos, de dar um retorno para os alunos. Você acaba comprometendo todo o processo pedagógico”, contou.

A lei diz que um terço da jornada deve ser reservada para preparação das aulas e correção das provas, determinação que vem sendo contestada na Justiça só é realidade em seis estados, segundo um levantamento divulgado pela categoria.

Como temporária, Cristina recebe apenas pelo trabalho dentro da sala de aula. “Não tem horário para fazer planejamento não. Cada um faz no horário que der, final de semana, à noite, quando dá”, disse.

A falta de horizonte na carreira e as condições de trabalho são outros entraves. Em Alagoas, por falta do diário de classe, a frequencia dos alunos é anotada no caderno, tarefa que terá de ser refeita. No Piauí, onde a temperatura passa de 40°C, é difícil manter a concentração dos alunos com ventiladores quebrados.

São muitos os professores que tiram do próprio bolso para garantir o ensino. “Compro meus lápis, tudo de reserva. Você fala: ‘Não tenho’. ‘Então, está aqui’. ‘Não tenho no meu caderno’, ‘Então está aqui uma folha de papel, vamos escrever!’ Quando eu vejo uma criança lendo as primeiras palavras, eu derreto toda eu fico muito feliz!”, contou a professora do 1º ano Joana Teixeira.

A relação com o professor, que nos primeiros anos de escola é mais afetiva, muda com o passar do tempo. “Eu tenho alunos que falam: ‘Eu só venho porque minha mãe me obriga, eu não quero vir’. Um aluno que chega assim fica muito mais difícil de aprender”, destacou a professora Adriana Martins.

“Tem muito professor desestimulado que reflete em desestímulo ao aluno e tem o aluno que não tem a perspectiva de aprender dentro da escola e isso desestimula o professor”, afirmou um deles.

A fórmula para quebrar esse círculo vicioso combina investimento e cobrança de resultados. “Tem que deixar muito claro o que ele tem que fazer, qual é a meta que ele tem que atingir. Tem que ter um cenário mais claro para o professor”, disse a diretora do Todos pela Educação, Priscila Cruz.

Quem sabe assim, no futuro, mais brasileiros levem adiante o desejo de criança de ser professor.

Apesar de essenciais, professores brasileiros são desprestigiados

(...) Da pré-escola ao ensino superior, são hoje 2,3 milhões no país. É uma profissão essencial. E, mesmo assim, uma das mais desprestigiadas.

Na sala de aula, muitos querem fazer administração e quase metade, direito. Quem quer ser professor? Apenas um, dois.

“Eu não vejo futuro, eu acho que é uma carreira que não me satisfaria financeiramente também”, contou a aluna Luana Gallo, de 17 anos.

“Ser professor hoje no Brasil, infelizmente, não compensa”, disse Gustavo Lovatto, de 17 anos.

O desinteresse pela profissão é mais do que um sintoma de crise. É uma ameaça ao futuro. “É uma pena porque o professor é tudo em um país”, destacou um deles.

“Só existem as outras profissões porque existe o professor”, lembrou uma professora.

Nas faculdades de pedagogia e nas que formam professores da educação básica, os números confirmam o desprestígio.

Em quatro anos, caiu pela metade a quantidade de formandos. Houve redução também nos cursos de licenciatura, que formam professores de disciplinas específicas.

Quem é esse aluno que no futuro deseja trocar de posição na sala de aula? Uma pesquisa mostra que quase metade dos estudantes de pedagogia veio de famílias de baixa renda e a mãe só fez até a quarta série. E 80% estudaram em escolas públicas.

“Enquanto você não conseguir trazer o jovem motivado e bem qualificado para a carreira de professor, você não consegue fazer um salto na educação”, afirmou a diretora do Instituto Paulo Montenegro, Ana Lucia Lima.

Para que os alunos de fato aprendam, é fundamental que, além de dominar o conteúdo, o professor saiba como ensinar. Parece óbvio, mas em muitos casos, falta esse preparo. Em um mundo onde os alunos têm cada vez mais acesso à informação, é preciso inovar para tornar as aulas mais atraentes

Muitas vezes, ideias simples bastam para chamar a atenção. Investir em qualificação de quem já está no mercado tem sido uma preocupação em vários estados, uma oportunidade que nem todos conseguem aproveitar.

“Eu sei que o estado oferece, mas eu não tenho tempo. Eu ensino em duas escolas particulares e em uma escola da rede municipal e mais essa escola que é da rede estadual. De manhã, de tarde e à noite”, disse a professora de ciências e biologia Daniella Barbosa.

É a rotina de muitos professores para driblar os baixos salários. No Brasil, a lei fixa um salário inicial de R$ 1.187 para 40 horas de trabalho por semana. Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, a remuneração é bem menor. Na prática, em todo o país, muitos professores recebem menos do que o piso.

O Ministro da Educação, Fernando Haddad, diz que há R$ 10 bilhões por ano para reestruturar a carreira dos professores. “O professor ganha no Brasil, em média, 60% do que ganham os demais profissionais de nível superior. Uma das metas do Plano Nacional de Educação é superar essa distância”.

Plano que o Brasil traçou para alcançar em 2020. Formado na Universidade de São Paulo, uma das mais prestigiadas do país, o professor de filosofia Eduardo Amaral ganha R$ 1.100 por mês. Tem 650 alunos em 23 turmas.

“Você não tem tempo de corrigir adequadamente os trabalhos, de dar um retorno para os alunos. Você acaba comprometendo todo o processo pedagógico”, contou.

A lei diz que um terço da jornada deve ser reservada para preparação das aulas e correção das provas, determinação que vem sendo contestada na Justiça só é realidade em seis estados, segundo um levantamento divulgado pela categoria.

Como temporária, Cristina recebe apenas pelo trabalho dentro da sala de aula. “Não tem horário para fazer planejamento não. Cada um faz no horário que der, final de semana, à noite, quando dá”, disse.

A falta de horizonte na carreira e as condições de trabalho são outros entraves. Em Alagoas, por falta do diário de classe, a frequencia dos alunos é anotada no caderno, tarefa que terá de ser refeita. No Piauí, onde a temperatura passa de 40°C, é difícil manter a concentração dos alunos com ventiladores quebrados.

São muitos os professores que tiram do próprio bolso para garantir o ensino. “Compro meus lápis, tudo de reserva. Você fala: ‘Não tenho’. ‘Então, está aqui’. ‘Não tenho no meu caderno’, ‘Então está aqui uma folha de papel, vamos escrever!’ Quando eu vejo uma criança lendo as primeiras palavras, eu derreto toda eu fico muito feliz!”, contou a professora do 1º ano Joana Teixeira.

A relação com o professor, que nos primeiros anos de escola é mais afetiva, muda com o passar do tempo. “Eu tenho alunos que falam: ‘Eu só venho porque minha mãe me obriga, eu não quero vir’. Um aluno que chega assim fica muito mais difícil de aprender”, destacou a professora Adriana Martins.

“Tem muito professor desestimulado que reflete em desestímulo ao aluno e tem o aluno que não tem a perspectiva de aprender dentro da escola e isso desestimula o professor”, afirmou um deles.

A fórmula para quebrar esse círculo vicioso combina investimento e cobrança de resultados. “Tem que deixar muito claro o que ele tem que fazer, qual é a meta que ele tem que atingir. Tem que ter um cenário mais claro para o professor”, disse a diretora do Todos pela Educação, Priscila Cruz.

Quem sabe assim, no futuro, mais brasileiros levem adiante o desejo de criança de ser professor.

Sucesso no YouTube, professora sonha alto

Famosa após traçar perfil sombrio do ensino e longe das aulas

por conta de uma depressão, Amanda quer virar líder sindical

Um discurso lúcido e consistente, que durou pouco mais de oito minutos, foi o suficiente para que a professora Amanda Gurgel de Freitas, de 29 anos, saísse do anonimato para colocar a educação em destaque no País, por meio de um vídeo que virou hit no YouTube. Professora de língua portuguesa, Amanda falou sobre os percalços da profissão na comissão de educação da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte no início do mês.

O que os mais de meio milhão de internautas que já acessaram o vídeo não sabem é que a professora de fala firme e articulada está afastada da sala de aula desde 2008 por conta de uma depressão. Solteira e sem filhos, hoje ela exerce cargos administrativos na biblioteca e na sala de informática das escolas de Natal em que deveria lecionar.

Ainda em tratamento, Amanda diz que pretende voltar à sala de aula "não porque é apaixonante, mas porque não é tão simples estar em cargos de adaptação".

Amanda tinha 17 anos quando decidiu ser professora. "Queria ser como a Claudina", diz, referindo-se à professora de espanhol que conheceu quando fazia cursinho preparatório para o vestibular. "Além do conteúdo, era muito alto astral e reunia todas as características que uma professora precisa: era simpática e atenciosa."

A jovem estudante, que ficou órfã aos 4 anos, cursou o ensino fundamental na rede pública e o ensino médio em escola particular. Fez cursinho porque queria uma vaga no curso de Letras em uma universidade pública. E conseguiu. Passou primeiro na Universidade Estadual de Feira de Santana, onde estudou durante um ano, e prestou vestibular de novo na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em Natal, onde concluiu o curso. "Me mudei para Natal para morar com minha irmã."

À época, Amanda estudava de manhã e trabalhava à tarde e à noite. No segundo ano de faculdade, conseguiu uma bolsa para lecionar num cursinho preparatório para alunos carentes. "Foi lá que ganhei experiência em sala de aula."

Aprovada em concurso nas redes municipal e estadual, passou a dar aulas nos ensinos fundamental e médio. O esgotamento físico e mental em classe fizeram Amanda adoecer. Segundo ela, há uma pressão dos governos em cima dos professores que estão afastados para saber se eles realmente estão com problemas de saúde. "E, agora que estou bem melhor, sinto que tenho de voltar."

Militância. Ainda na faculdade, Amanda se envolveu com o movimento estudantil e, desde então, passou a se mobilizar para defender os interesses da categoria. Participa das reuniões do sindicato e, em 2010, decidiu se filiar ao PSTU. "Nos conhecemos há 10 anos, ela sempre foi combativa", diz a amiga Vanessa Amélia Azevedo dos Santos. Apesar da repercussão, Amanda diz não ter pretensão política - sua meta é conquistar a presidência do sindicato dos professores do Rio Grande do Norte (vaga que ela já disputou duas vezes).

Amanda diz ter consciência de que sua fama é passageira e quer aproveitar o momento "para estar a serviço dos professores". "Sinto que é uma missão. Se eu conseguir mobilizar a categoria na internet e nas ruas para pressionar o governo, talvez eu tenha plantado uma semente que poderá, um dia, render frutos inéditos."

Servidores Municipais: Secretário desqualifica greve e diz que 7% foi valor máximo

João Henrique Sousa afirma que só há greve em algumas escolas
do município e secretário tenta atender demandas.

O secretário de Governo da prefeitura, João Henrique Sousa, afirmou hoje (23) que o movimento grevista dos servidores municipais não está comprometendo os serviços. Segundo ele, apenas na área da Educação há grevistas.

"Se você for em qualquer secretaria vai perceber que não há prejuízos aos serviços. Somente na Educação é que rgistramos algumas paralizações. Das 304 escolas apenas 14 estão paradas e o secretário Ribamar Torres está fazendo o possível para atender às melhorias que os servidores querem", disse.

João Henrique afirmou que os servidores sabem do esforço de se conceder o maior valor possível de reajuste e que, desde a implantão do Plano Real, é impossível dar um reajuste de 47%, como quer o Sindicato dos Servidores Municipais.

O secretaário avalia que desde o ano passado o prefeito Elmano Férrer vem tentando repor perdas salariais, mas o índice possível é um valor que gira em torno da inflação. O mesmo argumento foi usado pelo governo do Estado, na semana passada, para conceder aumento de 7,1%.

sábado, 21 de maio de 2011

O caos na educação brasileira: Depoimento da professora Amanda Gurgel

TRANSCRIÇÃO DO DEPOIMENTO DA PROFESSORA AMANDA GURGEL

Bom dia a todas e todos!
Eu, durante cada fala aqui, eu pensava em como organizar minha fala, não é? Porque, assim ... são tantas questões a serem colocadas e tantas angústias, né? Do dia a dia de quem está em sala de aula, de quem está em escolas e eu queria pelo menos conseguir sintetizar minimamente essas angústias. Mas também como as pessoas é... apresentam muitos números e como sempre colocam: os números são irrefutáveis, eu gostaria também de apresentar um número, pra iniciar a minha fala, que é um número composto por três algarismos apenas, bem diferente dos outros números que são apresentados aqui com tantos algarismos, que é o número do meu salário, não é? Um 9, um 3 e um 0, meu salário base 930 reais. E aí eu gostaria de fazer uma pergunta a todas e todos que estão aqui. Sim, nível superior, com especialização. Se vocês conseguiriam, mas também só respondam se não ficarem constrangidos, obviamente, se vocês conseguiriam sobreviver ou manter o padrão de vida que vocês mantêm, com este salário? Não conseguiriam. Certamente este salário, ele não é suficiente pra pagar nem a indumentária né? que os senhores e as senhoras utilizam pra poder freqüentar esta casa aqui, não é? Então assim... a minha fala não poderia partir de um ponto diferente desse, porque só quem está em sala de aula, só quem está pegando três ônibus por dia pra poder chegar ao seu local de trabalho, ônibus precário inclusive, é que pode falar com propriedade sobre isso. Fora isso, qualquer colocação que seja feita aqui, qualquer consideração que seja feita aqui, é apenas para mascarar uma verdade, que é uma verdade visível a todo mundo que é o fato de que em nenhum governo, em nenhum momento que nós tivemos no nosso estado, na nossa cidade, no nosso país a educação foi uma prioridade. Em nenhum momento; certo? Então assim... me preocupa muitíssimo a fala da maioria aqui, inclusive a fala da secretária Betânia Ramalho, com todo respeito, que é “não vamos falar da situação precária porque isso todo mundo já sabe.” Como assim não vamos falar da situação precária? Gente, nós estamos banalizando isso daí? Estamos aceitando a condição precária da educação como uma fatalidade? Estão me colocando dentro de uma sala de aula, com um giz e um quadro pra salvar o Brasil, é isso? Salas de aulas superlotadas, com os alunos entrando a cada momento com uma carteira na cabeça, porque não tem carteiras nas salas. Sou eu a redentora do país? Não posso, não tenho condições. Muito menos com o salário que eu recebo. Tá certo? A secretária disse ainda que nós não podemos ter, é... ser imediatistas, ver apenas a condição imediata, precisamos pensar a longo prazo, mas a minha necessidade de alimentação é imediata. A minha necessidade de transporte é imediata. A necessidade de Jéssica de ter uma educação de qualidade é imediata, certo? Então eu gostaria de pedir aos senhores, inclusive, que se libertem dessa concepção errônea, extremamente equivocada, isso eu digo com propriedade, porque sou eu que estou lá, inclusive, além, propriedade maior até do que os grandes estudiosos. Parem de associar qualidade de educação com professor dentro da sala de aula. Parem de associar isso daí, porque não tem como você ter qualidade em educação com professores três horários em sala de aula, certo? Porque é assim que os professores multiplicam os 930. Novecentos e trinta de manhã, novecentos e trinta à tarde, novecentos e trinta à noite pra poder sobreviver. Não é pra andar com bolsa de marca, nem pra usar perfume francês, certo? É pra ter condição de pagar a alimentação dos seus filhos. É pra ter condição de pagar uma prestação de um carro, que muitas vezes eles compram, pra poder se locomover mais rapidamente entre uma escola e outra e que eles precisam escolher o dia que vão andar de carro, porque não têm condição de comprar o combustível; tá certo? Então, a realidade nossa, o cenário da educação no Rio grande do Norte hoje é esse. E eu não me sinto constrangida em apresentar meu contracheque, nem a aluno, nem a professor, nem a nenhum dos senhores aqui, porque eu penso que o constrangimento deve vir de vocês. Sinto muito. Eu lamento, mas deveriam todos estar constrangidos, entende? Então assim: entra governo e sai governo, e eu peço desculpas, mais uma vez, Betânia, mas não tem novidade na sua fala. Sempre o que se solicita da gente é paciência, é tolerância. E eu tenho colegas que estão aguardando pacientemente há 15 anos, há 20 anos por uma promoção horizontal. Professores que morrem e não recebem uma promoção. Então eu quero pedir à secretária, em primeiro lugar, paciência também, porque nós não agüentamos mais esse discurso; não agüentamos. O que nós queremos é objetividade. Como é que é? Queremos sair desse impasse? Queremos, mas como? Sem nenhuma proposta, de mãos abanando? Voltar mais uma vez desmoralizados pra sala de aula, pro aluno dizer: “professora, a gente ficou aqui sem ter aula e só isso? Vocês receberam 20 reais, 30 reais?” Dão risada. Pedimos ainda, secretária, respeito; pra que a senhora não vá mais à mídia dizer assim: “pedimos flexibilidade”, como se nós fôssemos os responsáveis pelo caos, que na verdade só se apresenta pra sociedade quando nós estamos em greve, mas que tá lá todos os dias, dentro da sala de aula, dentro da escola, em todos os lugares; certo? Então, respeito! Não se refira à nossa categoria dessa forma, não se refira, nem se refira apenas como se fosse a direção do SINTE que tá querendo fazer essa greve; não é não. É 90% da categoria. 90 por cento da categoria no estado inteiro, nos interiores, aqui na capital; certo? Pedimos aos deputados, apoio; estejam mais presentes, participem ali, vão às nossas assembléias, procurem ouvir esses trabalhadores; procurem saber a realidade, certo? Pedir à promotoria que esteja com a fiscalização efetiva, ao ministério público. Que não seja pra dizer: ”professor não pode comer desse cuscuz não; porque é um cuscuz alegado que a gente come, o cuscuz da merenda; porque a promotoria tá pra lhe dizer que a merenda é do aluno, não é do professor; certo? È assim que funciona. Diga-se de passagem, nós não temos recurso pra...pra... é... estarmos nos alimentando diariamente fora de casa; não temos pra isso, certo? Então, são muitas questões mais complexas certo? são muitas questões muito complexas que poderiam ser colocadas aqui, mas infelizmente o tempo é curto, e eu gostaria de solicitar isso, em nome dos meus colegas que comem o cuscuz alegado, em nome dos meus colegas que pegam três ônibus pra chegar ao seu local de trabalho, em nome de Jéssica, que tá nesse momento sem assistir aula, mas que fica sem assistir aula por muitos outros motivos: por falta de professor, por falta de merenda, certo? É isso que eu quero dizer.

domingo, 1 de maio de 2011

SENADO - CE pode votar aumento da carga horária escolar

A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) se reúne na próxima terça-feira (3), a partir das 11h, para o debate de 10 projetos. O PLS 388/07 propõe aumentar a carga horária escolar mínima nos níveis fundamental e médio. O texto da justificativa diz que o conteúdo apresentado aos alunos "tem sido insuficiente para dar base segura de conhecimentos" que permitam resultados dignos nas avaliações. O aumento absoluto em 160 horas efetivas favoreceria um melhor desenvolvimento cognitivo. O projeto, do então senador Wilson Matos (PSDB-PR), tem o senador Cyro Miranda (PSDB-GO) como relator.

A comissão também vota em turno suplementar o texto substitutivo do relator, senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), ao PLS 385/2007, que aumenta de 75% para 80% a a freqüência mínima exigida para aprovação na educação básica. O texto foi analisado na última terça-feira (26), mas agora passa por nova votação por ter sido aprovado na forma do substitutivo. Para Inácio Arruda, o texto original - que impunha uma freqüência mínima de 90% - estabelecia um total de horas letivas que poderia impor ao estudante trabalhador um "entrave intransponível à sua formação pessoal".

Outro projeto a ser debatido é o PLS 196/2010, do ex-senador Paulo Duque (PMDB-RJ), que prevê o ensino e o canto do Hino Nacional em estabelecimentos de ensino, inclusive os de curso superior. O texto da justificativa do projeto diz que "é importante que crianças e jovens saibam a letra do Hino Nacional, o que despertará neles o amor à Pátria". A proposta também é apresentada "como forma de se evitar que um dos nossos maiores símbolos seja desconhecido". O senador Pedro Taques (PDT-MT) é o relator do projeto.

PIZZA: Após liminar,Elmano se diz tranquilo cumpre agenda de prefeito

Elmano Férrer conseguiu liminar para permanecer no cargo, e diz que está trabalhando normalmente.

Após conseguir liminar que o manteve no cargo de prefeito, Elmano Férrer cumpriu uma agenda neste neste sábado (30) de visita a obras e lançamento da campanha contra a gripe. Ele afirmou que está tranquilo e acredita que não será cassado.
"Eu não praticava ato de gestor, nem de admissão, nem de demissão. Os advogados irão buscar nesta linha e provar o mérito de Direito. Continuo trabalhando normalmente. Estou tranquilo", pontuou, com ar sereno. Ele é acusado de se beneficiar da contratação de servidores para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT) durante o período eleitoral.
Mas neste sábado a preocupação de Elmano Férrer foi visitar a Vila Santa Bárbara, na zona Leste de Teresina, onde acompanhou o início das obras de duplicação da avenida Santa Teresinha. As obras começaram com a pavimentação em paralelepípedo da segunda pista da avenida. Nessa primeira etapa, conforme o superintendente da SDU Leste, Marcílio Bona, estão sendo investidos R$ 97 mil, recursos próprios da Prefeitura de Teresina. Na mesma avenida, o prefeito acompanhou o plantio de 120 mudas de árvores nativas que complementarão a arborização do canteiro central.
Acompanhado do presidente da Fundação Municipal de Saúde, Pedro Leopoldino, Férrer também realizou a abertura oficial da 13ª Campanha Nacional Contra a Gripe no Centro de Saúde da Vila Irmã Dulce.

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