segunda-feira, 4 de julho de 2011

67 milhões de crianças no mundo não têm acesso à educação, diz relatório da ONU

Guerras e crises econômicas dificultam a permanência

das crianças nas escolas. Dados foram divulgados

nesta segunda-feira (4), em Genebra

O Conselho Econômico e Social das Nações Unidas divulgou nesta segunda-feira (4) um triste panorama sobre a educação mundial. De acordo com os dados levantados pelo órgão, ao menos 67 milhões de crianças no mundo não têm acesso à educação. Essa realidade é especialmente encontrada em países com taxa de natalidade elevada e alvos de conflitos armados. A informação consta no relatório "A crise oculta: Conflitos Armados e Educação" (2011) do (Ecosoc), que realiza nesta segunda em Genebra, na Suíça, um encontro anual cujo tema central é a educação.

Durante a sessão inaugural, o presidente da Assembleia Geral da ONU, Joseph Deiss, insistiu na importância da educação para alcançar a felicidade individual e a prosperidade econômica, além de melhorias sociais como a autonomia das mulheres e a redução da pobreza. Pelo relatório do Ecosoc, entre 1999 e 2008, ao menos 52 milhões de crianças foram matriculadas na educação primária, o que representou aumento de um terço com relação à década anterior.

No entanto, apesar deste avanço, em regiões como a África Subsaariana, 10 milhões de crianças abandonam o colégio por ano. Isso fez com que, em 2008, ainda houvesse 67 milhões de crianças no mundo todo sem acesso à educação básica.

A isto soma-se que, nos países menos desenvolvidos, 195 milhões de crianças menores de cinco anos - uma em cada três - sofre de desnutrição, o que causa danos irreversíveis ao desenvolvimento cognitivo.

As crianças não são as únicas afetadas pelos problemas de acesso à educação. De acordo com o relatório, o redor de 796 milhões de pessoas, 17% dos adultos de todo o mundo, são analfabetas, e deste percentual dois terços são mulheres.

Esta diferença de gênero é ainda notada na atualidade entre as crianças. Conforme o Ecosoc, se a paridade de gênero tivesse sido alcançada em 2008, 3,6 milhões de meninas mais teriam acesso à escola.

Deiss destacou a importância de atingir a meta da educação universal para cinco anos, como indicam os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas, pelo qual são necessários mais de 1,9 milhão de professores.

O cumprimento deste objetivo foi afetado pela crise, especialmente nos países mais pobres, já que sete dos 18 países de baixas receitas analisados pelo Ecosoc cortaram seus orçamentos para educação e juntos somaram 3,7 milhões de crianças fora da escola. No entanto, os países mais pobres aumentaram em conjunto a despesa em educação, passando de 2,9% de seus orçamentos em 1999 para 3,8% em 2008.

O relatório analisa a maneira na qual as guerras afetam à escolarização das crianças, já que na última década 35 países sofreram com conflitos armados com duração média - nos países mais pobres - de 12 anos.

Nesse período, 28 milhões de crianças - 42% do total - foram obrigadas a abandonar a escola primária por causa dos conflitos, responsáveis pela destruição de escolas e que transformam em muito perigosos os caminhos até as escolas.

Por exemplo, no Afeganistão foram registrados ao menos 613 ataques a escolas em 2009; na Tailândia 63 estudantes e 24 professores foram assassinados ou feridos entre 2008 e 2009, e, na República Democrática do Congo, um terço das violações ocorreu contra meninas, das quais 13% são menores de dez anos.

Além disso, nestes países afetados por conflitos armados, 79% dos jovens são analfabetos, explica o relatório.

O Ecosoc lembra a responsabilidade dos países ricos, já que no conjunto das 21 economias mais desenvolvidas investem mais recursos em armamento do que na construção das escolas.
Se 10% dessa despesa militar se desviasse a educação, haveria 9,5 milhões mais de crianças alfabetizadas.

Após mudanças na prefeitura,Elmano Férrer alerta: "todos são demissíveis"

A declaração do prefeito de Teresina dá a entender

que as modificações no Palácio da Cidade devem continuar.

A segunda-feira (04) começou com mudanças na equipe de gestão da Prefeitura Municipal de Teresina. João Henrique Souza, Ribamar Torres e Laurenice França foram substituídos e, segundo o prefeito Elmano Férrer, as mudanças podem não parar por ai.
“No momento em que acharmos que devemos mudar a equipe, assim o faremos. Todos os secretários são demissíveis. Poderemos fazer mais mudanças pensando na agenda pelo desenvolvimento de Teresina”, disse Elmano Férrer.
O prefeito da capital do Piauí garantiu, ainda, que pode buscar aproximações com o PT e com o PSB visando, o que ele chama de, uma agenda para o desenvolvimento de Teresina.
“Queremos o apoio do governo federal e da presidente Dilma, que são do PT, e também vamos buscar apoio do governo estadual, que é PSB. Esses partidos podem ter vagas na administração municipal”, garante o prefeito.
Elmano explica que as mudanças que promoveu, e que pode promover futuramente, não vão interferir no perfil da administração do Palácio da Cidade. Para ele, a prefeitura continua tendo um perfil técnico, mas pode ganhar um incremento, sem prejuízos, no perfil político.
“Ao meu ver o perfil da equipe continua bem técnico. Agora, podemos apimentar o perfil político da nossa gestão. Tenho um bom relacionamento com todos os partidos que possuem representação na bancada municipal. Precisamos do apoio de todos”, analisou o gestor.

Prefeito exonera 2 secretários após pressão do PTB e aliados

Assumem o ex-prefeito Paulo César Vilarinho e Paulo Machado.

Mudanças foram exigência do seu partido.

O secretário de Governo da prefeitura de Teresina, João Henrique Sousa (PMDB), e o secretário municipal de Educação, Ribamar Torres, deixam os cargos. A informação foi confirmada pelo prefeito Elmano Férrer.
No lugar de João Henrique assume Paulo César Vilarinho, ex-prefeito de Palmeirais e ex-deutado do PTB. Já na Educação, quem entra é Paulo Machado, diretor da faculdade Facid.
O prefeito declarou que a vinda de Paulo César é para prestigiar o partido e fortalecer as bases. Elmano afirmou ainda que considera Ribamar um ótimo técnico, mas está precisando de um gestor.
A saída de João Henrique já havia sido expeculada há duas semana, mas o prefeito havia negado.
“No momento em que acharmos que devemos mudar a equipe, assim o faremos. Todos os secretários são demissíveis. Poderemos fazer mais mudanças pensando na agenda pelo desenvolvimento de Teresina”, disse Elmano Férrer.
O PTB vem pressionando o prefeito por mais cargos na administração direta do município. Elmano prepara sua candidatura à reeleição.
Hoje também foi comentada a saída de Laurenice França da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves. Em seu lugar assume Dione Moraes, esposa do coordenador de Relações Internacionais do governo do Estado.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Prefeitura decreta ponto facultativo no dia 24 de junho

A Prefeitura de Teresina publicou o decreto de número 11.320 de 22 de junho de 2011 facultando aos servidores das repartições públicas municipais o registro de frequência na próxima sexta (24). Assim como em outras cidades e estados que assinaram decreto semelhante, a Prefeitura de Teresina levou em consideração para conceder ponto facultativo o fato do dia 23 de junho ser feriado religioso e, tradicionalmente, muitas famílias deslocam-se para cidades do interior.

Excluem-se do ponto facultativo os serviços essenciais e de interesse público, prestados pelo município à população, que deverão ser realizados normalmente, como atendimento em hospitais e o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu).

Também serão realizados normalmente os serviços em comissões de licitação da Prefeitura de Teresina, as quais já possuíam licitações prévias e regularmente marcadas - antes do decreto - e que não podem ser adiadas, sob pena de prejuízo para o município de Teresina.

Outro serviço que não sofre alteração com o decreto é o plantão funerário, que atende pelo telefone 3215-7499 e funciona normalmente 24h, inclusive aos finais de semana e feriados. O expediente voltará a funcionar normalmente na segunda-feira dia 27.

Escola Municipal José Ommati leva pais para dentro da escola

As salas de aula da Escola Municipal José Ommati, zona leste de Teresina, estavam lotadas hoje (22), mas em vez de alunos, a escola recebeu a família dos estudantes para mais uma atividade do projeto Humanização das Relações.

O projeto está sendo realizado com o objetivo de ampliar a boa convivência no ambiente escolar e conscientizar a comunidade para participar ativamente da educação desses jovens. A primeira atividade foi uma grande reunião com pais e professores para apresentar a proposta e começar a aproximação da família na escola. O segundo momento foi o Dia Temático realizado em parceria com a Rede Globo, com ampla participação da comunidade.

Hoje, 20 professores ocuparam 12 salas e dividiram os pais para tratarem do tema “Respeito”, abordando questões importantes para a educação dos filhos e a convivência em sociedade, destacando a importância de todos os pais estarem presentes na escola.

"Não queremos que o pai e a mãe venham à escola apenas para reclamar ou ouvir reclamações dos filhos, e sim que acompanhem a vida escolar deles e participem dessa dinâmica educacional. Se não formos parceiros, a educação torna-se quebrada e não funciona". Explica a diretora da E. M. José Ommati, Eva Ribeiro.

O material distribuído durante a atividade contém textos para reflexão sobre o respeito, que também será trabalhado em sala de aula na próxima semana, além de uma explanação da sistemática de avaliação da escola, tendo em vista o início do 2º bimestre, para que os pais acompanhem a programação da escola e cobrem dos filhos bons resultados.

"A comunidade tem um papel fundamental dentro da escola, ela pode somar para termos uma educação 100%, que é a meta de todos", finaliza a diretora.

terça-feira, 14 de junho de 2011

ESTREIA - Tiririca entrega primeiros projetos de lei na Câmara e pede criação de 'Vale-Livro' e 'Bolsa Alfabetização'

RIO - Quatro meses após assumir o mandato de deputado federal, Tiririca (PR-SP) apresentou seus primeiros projetos na Câmara, dois deles ligados à educação. No primeiro, o deputado mais votado do Brasil pede a alteração da lei que institui a Política Nacional do Livro, para criar o "Vale-Livro". No segundo, o parlamentar pede a criação da "Bolsa Alfabetização".

No caso do "Vale-Livro", o benefício seria destinado aos alunos matriculados nas instituições públicas de ensino infantil, fundamental e médio e teria o valor definido pelo Poder Executivo. Os alunos ganhariam um valor do governo e poderiam comprar os livros de sua preferência.

"Ao instituir o Vale-Livro, estamos criando uma nova cultura literária nas escolas e na sociedade, na medida em que o aluno, através de seu gosto e aptidão, vai poder escolher os livros de seu interesse e adquirílos, poderá levá-los para sua residência, formar sua pequena biblioteca pessoal, além de emprestá-los a seus familiares e amigos. Assim, a leitura deixa de ser uma mera obrigação escolar para se tornar um prazer, pois o aluno escolhe aquilo que realmente quer ler", justifica Tiririca no texto apresentado.

Já o Programa Bolsa Alfabetização seria uma plano de incentivo financeiro, que será fixado no valor mínimo de R$ 545, para cada adulto com idade superior a 18 anos que cumprir, com frequência escolar superior a 85%, programa de alfabetização, durante o período de seis meses. Durante a campanha, a revista "Época" publicou uma reportagem em que falava das suspeitas de que Tiririca seria analfabeto . Depois da denúncia, Tiririca teve que fazer um teste para provar que sabia ler e escrever.

Hoje, o parlamentar faz parte da Comissão de Educação e Cultura da Câmara e optou por apresentar todos os seus três projetos nestas áreas, já que a terceira proposta está ligada à cultura. O projeto pede a alteração da lei que dispõe sobre a organização da assistência social, para criar programas de amparo às pessoas e famílias que exercem atividades circenses e de diversões itinerantes. Antes de se tornar um comediante conhecido, Tiririca trabalhou no circo.

No texto, ele pede que o decreto que institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua seja estendido às pessoas e famílias que desenvolvem atividades circenses.

As três propostas foram entregues à mesa na semana passada e aguardam despacho do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS).

Senado aprova inclusão de combate ao 'bullying' na LDB

Os estabelecimentos de ensino, públicos ou privados, passarão a ter a incumbência de promover ambiente escolar seguro, adotando estratégias de prevenção e combate a práticas de intimidação e agressão recorrentes entre os integrantes da comunidade escolar, conhecidas como bullying. A determinação, que poderá fazer parte da Lei de Diretrizes de Bases da Educação (LDB), foi aprovada nesta terça-feira (14) pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), em decisão terminativa, e deverá seguir agora para análise da Câmara.

Para o autor do projeto de lei (PLS 228/10), senador Gim Argello (PTB-DF), os efeitos do bullying são deletérios, "causando enorme sofrimento às vítimas". Para ele, essa situação é ainda mais grave quando acontece nas escolas, "por afetar indivíduos de tenra idade, cuja personalidade e sociabilidade estão em desenvolvimento".

Em sua justificativa, o senador pelo Distrito Federal lembra que o tema, por ser recente, ainda não está previsto na LDB. Para ele, a abordagem nas escolas é necessária, pois obullying se manifesta de formas diversas, que incluem insultos, intimidações, apelidos pejorativos, humilhações, amedrontamentos, isolamento, assédio moral e também violência física.

"Julgamos que essa abordagem seja mais adequada, pois evita a padronização das medidas a serem adotadas - as quais devem ser definidas de acordo com a realidade vivida em cada escola -, além de contornar o risco de tipificar condutas já tratadas no arcabouço jurídico competente, de forma mais genérica", explicou Gim Argello.

Para o relator, senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), o projeto vem "em boa hora". Em seu relatório, ele sugere algumas providências a serem adotadas pelas escolas, mas pondera que, por se tratar de uma lei geral, válida para todos os sistemas de ensino, não seria adequado descer a detalhes.

Entre as sugestões apresentadas pelo relator, estão a capacitação técnica e pedagógica de todos os profissionais da educação que trabalham nas escolas, incluindo os não docentes; interação entre educadores e pais de alunos; articulação entre gestores educacionais e os encarregados da segurança da cidade e do bairro e ainda conscientização das crianças, adolescentes e jovens sobre as consequências "nefastas desse tipo de comportamento covarde e antissocial".

Segundo Ana Amélia Lemos (PP-RS), o projeto é meritório e urgente, pois obullying é uma "prática lesiva que afeta o desenvolvimento de crianças e adolescentes na fase escolar". Marta Suplicy (PT-SP) lembrou que obullying é um problema sério e que tem gerado crimes em vários países. Walter Pinheiro (PT-BA) ressaltou a importância de as escolas combaterem esse mal, que traz "vexame e constrangimento" às vítimas.

Gastos com Educação

Na reunião desta terça, a CE também aprovou a realização de uma audiência pública para apresentar e debater os gastos relativos aos anos de 2009 e 2010 - da União, dos estados e dos Municípios - com educação nas suas diversas modalidades, com ênfase na educação básica.

O autor do requerimento, senador Cristovam Buarque (PDT-DF), também quer discutir, no debate, a planilha de custos associado ao Plano Nacional de Educação, e a evolução do número total de alunos no sistema de ensino.

- Queremos entender os números para sabermos se os recursos estão indo para o lugar certo - explicou Cristovam, ao defender a realização da audiência Pública.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Cantores gravam clipe contra a exploração sexual de crianças e adolescentes

Xuxa, Ivete Sangalo, Maria Gadú, Daniel, entre outros,
participam de campanha que luta contra
o abuso sexual de menores
Vinte e dois artistas se reuniram para a gravação de um clipe com o tema da campanha Carinho de Verdade, promovida pelo Conselho Nacional do SESI. O encontrou aconteceu nesta terça-feira (7) e o resultado deve ser lançado na mídia em aproximadamente quinze dias.
Entres os artistas que participaram da gravação estão Ivete Sangalo, Luan Santana, Fafá de Belém, Xuxa, Fagner, Sandra de Sá, Zélia Duncan, Maria Gadú, Vitor e Léo, Lenine, Jerry Adriani, Toni Garrido, Luiza Possi, Léo Jaime, Daniel, Preta Gil, Aline Barros, Saulo (Banda Eva), Buchecha, Beth Carvalho e Padre Fábio de Melo.
A campanha Carinho de Verdade foi lançada em 2010 com o objetivo de mobilizar a sociedade para o combate ao abuso e à exploração sexual por meio de denúncias. Na época, uma projeção no Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, fez com que um dos maiores cartões postais do Brasil “abraçasse” a causa, numa alusão ao tema “O maior abraço do mundo”, também mote da campanha.
A iniciativa ganhou força entre os meses de abril e maio deste ano, quando, por meio da ação desenvolvida nas redes sociais, 50 mil tweets com a divulgação da campanha se espalharam pelo Twitter.
Conheça a letra da canção Carinho de Verdade:
Faces de dor na Terra
Milhões na escuridão
Violência sem razão
Sei que o amor supera
O carinho pode transformar
Quem de nós
Vai secar a lágrima da dor, da dor
Todo o carinho pra sorrir
Toda a verdade pra ajudar
Carinho de verdade pra sentir
Carinho de verdade pra mudar
Abrace a causa
Abrace uma nação
Abrace a vida com o coração
Abrace o sonho da canção
Deixe uma porta aberta
Pra quem quer recomeçar
Pra quem quer realizar
A força do bem supera
Oportunidade é transformar
Quem de nós
Vai secar a lágrima da dor, da dor
Todo o carinho pra sorrir
Toda a verdade pra ajudar
Carinho de verdade pra sentir
Carinho de verdade pra mudar
Abrace a causa
Abrace uma nação
Abrace a vida com o coração
Abrace o sonho da canção
Um carinho de verdade
Uma oportunidade
Juntos pelo amor
Juntos, todos juntos contra a dor
Todo o carinho pra sorrir
Toda a verdade pra ajudar
Todo o carinho pra sorrir
Toda a verdade carinho pra ajudar
Carinho de verdade pra sentir
Carinho de verdade pra mudar
Abrace a causa
Abrace uma nação
Abrace a vida com o coração
Abrace o sonho da canção
Carinho de verdade
Carinho de verdade
Carinho...

sábado, 4 de junho de 2011

MEC gasta R$ 14 milhões para imprimir 7 milhões de livros e 'ensinar' que 10 menos 7 são 4

1,3 milhão de alunos receberam materiais com erros;

ministro da Educação pediu abertura de sindicância

para apurar quem são responsáveis pela falha

BRASÍLIA - O Ministério da Educação pagou R$ 13,6 milhões para ensinar que dez menos sete é igual a quatro a alunos de escolas públicas da zona rural do país. No segundo semestre de 2010, foram distribuídas com erros graves 200 mil exemplares do Escola Ativa, material destinado às classes que reúnem alunos de várias séries diferentes.

Foram impressos ao todo 7 milhões de livros – cada coleção do Escola Ativa contém 35 volumes. Os erros foram detectados no início do ano, e um grupo de especialistas contratados pelo ministério julgou que eles eram tão graves, tão grosseiros e tão numerosos que não bastava divulgar uma “errata” à coleção.

Os livros com erros foram distribuídos a 39.732 classes multisseriadas da zona rural, presentes em 3.109 municípios e todos os Estados do país. Segundo publicação do MEC, essas classes atendem 1,3 milhão de alunos.

Provocado pelo Estado, o ministro da Educação, Fernando Haddad pediu à Controladoria-Geral da República (CGU) a abertura de sindicância para apurar o tamanho do prejuízo e os responsáveis por ele. Ao mesmo tempo, mandou uma carta aos coordenadores de escolas da zona rural recomendando que os livros do Escola Ativa não sejam usados em sala de aula. A coleção foi retirada do ar também na internet.

“O número de erros é razoável, isso não se resolve com errata”, disse Haddad ao estado, na tarde desta sexta-feira. A reportagem busca informações do MEC sobre o destino da coleção Escola Ativa desde segunda-feira. “Houve uma falha de revisão, essa revisão foi muito malfeita”, admitiu o ministro, insistindo que se trata de um material de apoio às classes multisseriadas no campo. “A interrupção do uso não vai comprometer o ensino, porque esse é um material de uso opcional”, completou.

A última versão da coleção do Escola Ativa teve a impressão encomendada à gráfica e editora Posigraf, de Curitiba. Segundo registro no Portal da Transparência, site mantido pela Controladoria-Geral da União, o trabalho custou aos cofres públicos exatos R$ 13.608.033,33.

O dinheiro seria suficiente para a construção de 36 escolas de educação infantil, segundo cálculo usado recentemente pelo próprio ministério. As 200 mil coleções foram impressas e distribuídas no segundo semestre do ano, sem que percebessem as falhas na edição.

Erros primários. O MEC informou não ter toda a coleção disponível para a consulta em Brasília. Mas, entre os exemplos que condenaram a edição, os erros de matemática são os mais notáveis. Na página 29 do Guia 4 de Matemática, o Escola Ativa convida os alunos a fazer descobertas com números, na companhia dos personagens Joana e Pedro. A página apresenta uma tabela na qual, na qual 10-7=4.

A página 138 do Guia 3, também de Matemática, apresenta tabelas de adição e subtração, para que os alunos confiram os resultados de operações com números entre 9 e 18. Nas tabelas, o Escola Ativa, o aluno da zona rural aprende que 16-8=6 e 16-7=5.

A pedido do MEC, a Controladoria-Geral da República deve abrir sindicância nesta segunda-feira para investigar o caso. O secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC à época da contratação era André Lázaro, atual secretário executivo da Secretaria Nacional de Direitos Humanos. Na última segunda-feira ele disse que a coleção ficara indisponível “para pequenas correções”. Na sexta, não respondeu à reportagem.

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